Parece até que eu esqueci mesmo de escrever. Não descreveria como esquecimento, mas como uma fase infértil, começo a escrever mas não termino, estou com um bocado de ‘partes’ de textos sem uma conclusão, mas para não passar despercebido postarei um texto que achei bem interessante.

Estava ouvindo uns discos do Luiz Bonfá de 1969, como eu adoro essas coisas ‘atuais’ resolvi ler o encarte do LP e me deparei com um texto bem interessante, segue ele.

 

Nesta produção ODEON, o violão de Bonfá é um acontecimento no covil e no religioso. Os melhores sambas foram selecionados com bom gosto e, como que, renascem a cada interpretação de Luiz Bonfá, artista que destrói o pessimismo do autor destas linhas quando diz, frequentemente, que estamos no primado da maquina; o homem esqueceu de sua infância, tudo; no seu progresso vertiginoso, é ele agora, do demiurgo - criador e capataz de maquinas ; maquinas que são capazes de pensar em alguns segundos e resolvem problemas que toda uma equipe de sábio levaria anos para tal; cérebros já compuseram músicas e poemas; amanhã esses cérebros formularão julgamentos; a obra de arte será reduzida a fichas Holerite, que a maquina examinará, destrinchará e devolverá em opinião; depois cada um de nós poderá encomendar nos Estados Unidos um poematizador eletrônico de alta fidelidade , com registros calibrados para todas as correntes literárias; é só apertar o clássico botãozinho e pronto: teremos um poema fabricado no mais puro estilo; porque foi-se o tempo em que a base da obra de arte encontrava no homem a sua natureza e a natureza última e eterna das coisas

(Ricardo Galeno)


(Pedro Vitor)

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