Saudade

Algo tão especial de se sentir quanto de se machucar também, sentimos falta de pessoas, coisas, lugares, pertences, de tudo um pouco.Mas, sempre existe um modo para que esse sentimento deixe de ser ruim e se torne especial: é só pensar e se recordar de tudo de bom que se passou ao lado de cada coisa que dá saudades. Eu sinto saudades, como todas as pessoas, e às vezes a solidão bate, então vem o choro, mas vêm sempre anjos que são enviados para que a luz volte a brilhar em nossas vidas, eles são os AMIGOS pessoas que nos põe para frente, nos ajuda a levantar no momento de dificuldades, a mão que nos é estendida com tanto afago. É junto com essas pessoas que aprendemos que a saudade é algo bom de sentir e que só faz bem ao coração.Sinto saudades de tudo, de minha infância, de meus antigos amigos que por causa de falta de tempo não vi mais e nem tive contato, mas, guardo cada um no coração.Já dizia uma musica que gosto muito: “só se tem saudade do que é bom se chorei de saudade não foi por fraqueza foi porque amei.”Sábio a pessoa que escreveu isso.Bem, finalmente, quero dizer que SAUDADE são apenas lembranças de algo que deixamos em algum lugar por algum motivo e só sentimos porque amamos de verdade.



(Participação especial: Teresa de Lisieux Araujo Omena)

Beleza incomum

Eu costumo pensar que as cidades estão de acordo com as pessoas que lá vivem. Explico. A personalidade, o jeito de ser e sentir, a cultura em principalmente a história que foi vivida por lá demonstram, mesmo que superficialmente, o valor monumental de cada uma. O Estado de Alagoas tem um passado histórico desconhecido por muita gente, mas de grande importância para o crescimento do país. Tivemos o primeiro e o segundo presidente do Brasil, o Marechal Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, respectivamente. Da cidade em homenagem ao Marechal, surgiu o Ditado ''Fulano não tem eira nem Beira ". Eira e Beira eram degraus na parte superior das casas. Os ricos tinham eira e beira; os da classe média, eira ou beira, e os pobres nem Eira nem Beira! Grandes nomes da literatura nacional, como Graciliano Ramos,escritor de obras célebres como Vidas Secas e Angústia, e Jorge de Lima, com XIV Alexandrinos e Tempo e Eternidade, tiveram em Alagoas suas raízes literárias. Até Clarice Lispector morou em Maceió. Esta nasceu na Ucrânia. Macabéa, sua personagem de ''A Hora da Estrela'' é alagoana.

"Se a única coisa que de o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano." (Trecho do livro "Em Liberdade", de Graciliano Ramos)

(Gerlondson Jr.)

Pause.

Olhando assim, só se vêem as críticas. Povo falando, achando ruim.

Mas tudo depende do ponto de vista de que se é analisado. Já dizia
Dom Helder que “cada ponto de vista é uma vista num ponto”. E é verdade. Quantas vezes nos perdemos em pensamentos e em palavras só porque seguimos determinados dogmas ou seguimos determinada estilo de vida, corrente literária, momento de apreciação? Disso daí, surge a pergunta: o que é a verdade? Ah, como seria bom que alguém resumisse os milhares de pensamentos a esse respeito. Mas se assim ficasse, ficaríamos limitados. Daí que surge a bela arte do pensar.

Por um instante, caro blogueiro, estaciono meu texto para saber a sua opinião sobre o questionamento que fiz no texto(“O que é a verdade ?”), já que é um tema que merece ser discutido com sabedoria e a opinião de cada um é super bem vinda. Cada idéia, por mais ingênua que seja, é digna de apreciação.
(Gerlondson Jr.)

Mar Perto

É comum ir até aquela estante e ficar olhando os livros, no corredor mais vazio da biblioteca: o de literatura e história alagoana, acho que é porque ensinam que o carro importado é melhor. Sempre esse livro chamou atenção, resolvi abrir numa página e ler, foi o que bastava: apaixonei-me. De tento ler já pulo linhas que minha mente automaticamente se lembra, as esse texto é especial, não é uma comum junção de vocábulos.
Lembra-me de quando ando pelo centro da cidade olhando os casarios e imagino a atmosfera de 79, não em preto e branco. Imagino as mulheres em casa cuidando dos afazeres e ouvindo no rádio Eliseth Cardoso. Dos homens, nem todos bem vestidos, enchendo as mercearias. Do sino da catedral chamando para a missa. Dessas coisas que não voltam que um papel em preto e branco registra para sempre.
Hoje a cidade é outra, os casarios perderam a identidade, dando lugar ao consumismo, que consome a alma da cidade e a sua essência, hoje é lamentar que a modernidade “vira os olhos” para o passado e uma minoria tenta manter viva a memória.
Mas apreciem esse texto que segue. Uma obra prima de um mestre chamado Ledo Ivo, Alagoano e Maceioense. Que, talvez, em sua na janela de sua casa na Praça Visconde de Sinimbu (até o Visconde já esqueceram) tenha escrito isso.

Mar Perto


Vou por uma rua torta. Sinto cheiro de açúcar, juntamente com o do mar perto. Gaivotas voam sobre os negros trapiches fincados sobre as águas. O oceano que eu sempre via longe, quando o bonde dobrava a curva do Farol, está agora perto de mim. Olho as fachadas dos sobrados, a pintura das janelas descascadas pela maresia e aguaceiros. Nos emblemas do pequeno mundo alfandegário, onde tantas criaturas trabalham em função das estivas e dos dinheiros trazidos pelos navios, minha cidade proclamava a sua vocação oceânica. Os gordos e gosmentos sacos de açúcar a espera dos cargueiros anunciam uma viagem, indicam que Maceió é uma das incontáveis portas do universo
Quem nasce aqui, e respira desde a infância um aroma de açúcar, vento, peixe, maresia, sente que o oceano próximo cola em todas as coisas e seres um transparente selo azul. Os que quiserem ficar passarão a vida inteira movendo-se nas ruas cegas do sol ou atrás dos balcões que guardam réstias de cebolas e fardos de algodão. Mas os que quiserem partir têm sempre ao seu dispor, os navios e o vento do mar. E o mar, luminoso e sonoro – o “surdo mar” cantado por camões – inscreve no escudo invisível de cada vida o emblema da viagem e da aventura. E a língua do mar, grande e esponjosa, lambe todos os sonhos.
No alto da colina, o branco farol de minha terra vai iluminar a noite, quando esta vier esconder as aranhas e lacraias, e os sonhos e os segredos dos homens. Luz branca. Eclipse. Luz encarnada. Os feixes do farol clareiam os telhados enegrecidos pelas chuvas, as ladeiras, os coqueirais que cantam e dançam na noite longa, os mangues onde água e terra se dissolvem, os cajueiros floridos. No universo redondo, entre goiamuns ocultos na lama negra das lagoas e as constelações, entre os fogos de santelmo e os cantos dos galos, o farol de Maceió guia os navios e os homens.
Lugar de permanência e de evasão, minha cidade surgiu dos Maceiós. Por isso, ressoam em sua topografia os nomes de água: Levada, Trapiche da Barra, Ponta da Terra, Vergel do Lago, Bebedouro, Poço, Riacho Doce, Bica da Pedra, Volta D’água.
E vencendo o sono e a distancia, os sonhos e a desolação da noite, vem sempre úmida de orvalho, como um ramo de flor a cantiga memorável


A sempre viva é uma fulô misteriosa
ela é cheirosa, mas porém não tem perfume
Mandei fazer um broqué pra minha amada
mas sendo ele da bonita disfarçada
tinha o brilho da estrela matutina
Adeus, menina, sereno da madrugada

O dia termina, apagando os homens que conversam no meio das ruas ou nas portas dos cartórios e das casas de ferragens. A noite se esvai, dissolvendo as dunas errantes. O trem da Great Western apita, perto e longe ao mesmo tempo. As tanajuras pousam docentemente nas ilhas visguentas. O tempo é um artesão: tece a sua própria toalha de renda de labirinto e embora forje novos desenhos, que a memória infiel vai alterando através dos dias e das noites, jamais conseguirá separar o barulho do mar de todos esses incontáveis rumores terrestres. Em Maceió, entre ilhas inacabadas e navios enferrujados, nunca aprendemos a separar o que é da água e o que é da terra
Vou por uma rua torta. Venho por uma rua torta. Já não sei se é dia ou noite, se caminho junto ao mar odorante ou se afundo os pés na lama negra da lagoa devastada pelos pescadores de sururu. Acima e além da claridade solar da luz do farol, num território intocável, Maceió é, ao mesmo tempo, porto e porta, permanência e travessia, lugar de partida e de chegada, silencio e melodia.


(Ledo Ivo)


No livro Confissões de um poeta de 1979, pg. 39, 4ª edição


Procurei na internet para posta-lo aqui, mas não encontrei, resolvi copiar o texto a mão do livro pro meu caderno, quando terminei lembrei que poderia ter tirado uma cópia. Acho que fui eu mesmo querendo sentir como se estivesse escrevendo-o com minhas palavras. Palavras de um mestre.


Curiosidades sobre a minha cidade: Maceió

Great Wester foi uma empresa inglesa contratada pelo governo brasileiro para implantas no brasil o sistema de transporte público, maceió foi a 2ª cidade do Brasil a ter bondes em circulação
Trapiches são pontes que se extendiam atrás dos armazens do jaragua, elas serviam para o embarque e desembarque de mercadorias antes da existência do porto
Foto da Typografia ocidntal, empresa de irmãos paulistas que se instalaram em maceió em 1910, foto de 1911
E o mais interessante, poque não existe o português da padaria aqui em maceió, é que quando o brasil se tornou independente de portugal houve um movimento popular aqui no estado para expulsar os portugueses residentes em Maceió, muitos foram voluntariamente, mas outros foram forçados a sair, presos no prédio que hoje funciona a Caixa econômica do jaraguá, eles ficaram esperando um navio português
Mais uma, a estatua da liberdade situada em frente ao atual MISA é o único modelo original da estatua americana,uma raridade!! ela foi um presente do seu idealizador para o consul Francês que morava qui em maceió.
a última, o navio que levou a familia real portuguesa de Salvador ào Rio se chamava Alagoas, seu timão pode ser visto na entrada do Instituto Histórico
(Pedro Vítor)

- Sem Título -

Quando a cabeça não pensa o corpo padece
O sereno jeito do coração esconde a sua fraqueza
Humana
O coração sabe que pode cair, mas não se rende
Porque tem a certeza de que poderá nunca mais bater assim
Apaixonado
E se o coração endurece, ele morre
Padece diante do sofrimento e se perde num labirinto
Sem fim
O coração é uma flor
Que sem carinho e atenção morre
Porque a cabeça pensa, mas o coração tem a razão
O sentimento é mais humano
Sem ele nós somos como pedras
Duras e sem sentido


(Pedro Vítor)

Suspiro rápido

Folhas de caderno são como a vida que renasce a cada novo espaço em branco.Quem consegue sentir o frisson presente em cada linha acaba por assumir meio que indiretamente que se ama. E não é difícil ser feliz. Basta observar.

(Capitão JG)

Era nova. Eis a questão?

Românticos estão em crise no mundo atual. São confundidos com aqueles que não sabem viver bem e que ficam procurando o amor a toda esquina. Não precisam fazer algo estrambólico para aparecer para si e para outrem para se convencerem de que só precisam do essencial para viverem em harmonia. Já pensou se eles não soubessem daquela graça, daquela raça, daquela risada que há nos encontros repentidos que acabam por desnivelar e elevar uma nova vida? O que seria da rosa, das bromélias, dos contrários que se encontram nas ausências? Os verdadeiros adoradores deste estilo de vida possuem o raro gosto de aproveitar bem a vida sem depois ficar com ressentimentos. Amam sem medo, pois não se prendem nas pessoas, mas no que elas podem deixar de bom. Porque sabem o que se reserva atrás de um rosto cheio de prantos e uma vida bem corrida. Olham os olhares e os sorrisos de um modo mais sincero, meio. ingênuo, mas com um detalhe precioso: conseguem observar sem pressa, na leveza da brisa do sorvete ao som da Bossa lá perto de quem se gosta.

(Gerlondson Júnior)

Ralance

Quem sabe o que me reserva um Sorriso?
Prefiro não saber
Não porque tenho medo de não gostar
Mas porque tenho medo de me apaixonar

(Pedro Vítor)

Musicalmente

Quer me fazer sofrer?
Tire de mim a Música
A genialidade de Chopin
Ou a Sutileza de João
A Música não vive
É eterna
É a voz de Deus
É o sussurro da alma
É a gritante verdade
Imutável e simples
A leveza de uma mulher
A pureza de uma borboleta
Que toca sem contato
Que acalma sem carinho
Que acaricia o coração
Como um beija-flor
Sem flor não é nada
Assim sou eu sem ela
Por isso caio em teu abraço
E assim passarei
A ouvir...
E amar...




(Pedro Vitor)
Ouvir:
Moon River - de Andy Williams por Luiz Bonfá

Sentidos: amizade

Perguntas surgem na velocidade da calada da noite. No compasso com a eternidade que há entre os avessos das palavras, procura-se uma resposta para fatos e idéias. Ela bem que podia deixar de ser sua musa inspiradora -pelo menos na idéia dos outros- já que se sentia desconcertada. Desconcerto esse que não sabe o nome, só se viam os reflexos. Reflexos de uma noite mal dormida, de idéias de pessoas que não querem enxergar além, aplicando filosofia própria, quem sabe. O fato é que ele ainda gostava dela, mas não sabia como. Modificara o sentido do amor. Não um amor carnal, um simples amor sexual entre duas pessoas. Todavia descobriram, no compasso da intimidade, que amar é muito mais que isso. Foi dando-se por inteiro nas menores coisas, entregando um sorriso a quem está abusado, ouvindo- mesmo que apenas os ruídos- de quem grita e respeitando as idéias de quem era contra todos. E, em meio a tudo isso, queria dizer a palavra que estava entalada na garganta para ela. Até disse, mas a tarde foi embora muito antes do que ela pudesse ter compreendido. Eles se amavam, de verdade, mas de outro jeito agora. Jeito estranho. Estranho jeito. Mas traziam consigo a felicidade de poderem ser amigos e haver a cumplicidade jamais entendida. E não tinham vergonha de assumir. E sem saber o que acontecerá, continuam andando em busca do que não se sabe, que será revelado mediante surpresa nos próximos capítulos da coisa mais bela,chamada vida.


(Gerlondson Jr.)


Texto escrito ao som de "Help", escrita e tocada pelos inigualáveis garotos de Liverpool, The Beatles