- Sem Título -

Hoje descobri que não podemos depender do que o outro acha sobre nós.Ta certo que algumas coisas não podemos fazer, mas o sentir que surge de repente me faz sentir uma vontade de ir longe, de querer ir mais a fundo nos anseios que vem de dentro. Quem sabe uma palavra, um abraço, uma letra de uma canção ou seu simples ato de respirar e inspirar já gere uma diferença de comportamento. Parece conflitante, mas não é. Viver requer um ponto de vista. O pequeno gesto de abrir a boca e ter coragem de falar já quebra a pseudo-barreira existente e acaba com conceitos que se enxergavam no escuro. Isso gera alguns preconceitos e derruba várias estruturas anteriormente formadas. Não precisa entender. Apenas sentir...Porque atrás de um por do sol se esconde todo um trabalho de alguém que a gente não consegue decifrar.
E assim, caro colega blogueiro, continuo aqui na frente dessa tela fria do computador, com os sentimentos querendo ser expulsos da mente,desejosos de se tornarem atos e palavras, quem sabe querendo mudar alguma coisa... Talvez seja isso: um quê de poesia.
Poupo-me momentaneamente com minhas palavras, temendo que fuja o fino cristal que envolve os sentimentos e as palavras, a fim de não haja nunca o desencontro desses dois pilares tão importantes. Fácil é cobrar. Difícil é sentir. E entendo....

(Gerlondson Jr.)

Lápis, Papel e Borracha

Vivo escrevendo
Uma folha de papel, lápis e borracha
A folha sabe tudo sobre mim
É minha confidente
Todos os meus segredos conto a ela
A mais fiel de todas as minhas amigas
O lápis: minhas escolhas
Minhas palavras
Muitas felizes e recompensastes
Outras, nem tanto
Para isso a borracha
Para apagar o que machuca
E o que nada serve
Mas, mesmo apagando
Sempre sobra uma marquinha
Uma marca que nada tira
E que ficará eternamente gravada
Mesmo que tentemos esquecê-la


(Pedro Vítor)

- Sem Título -

O vento assanha o cabelo dela
E esparrama o milk shake pelo chão
Sim, ela é atordoada mesmo.
E avista lá no final o poeta
Ela sai correndo atrás dele
E ele, com medo, fica parado no lugar
Levanta a sobrancelha e começa a assobiar
Faz bico, finge que não é com ele e mexe com três dedos.
Ela passa, dá três voltas pelo quarteirão, e volta
Suada, por sinal, e saltitante, feito uma gazela.
E o poeta continua lá
Só observando.
Porque ela pensava que, só porque ele era poeta,
As palavras dele iriam sair pra falar com ela.
Não..as palavras não saem do simples movimento autônomo.
Elas também sentem, é preciso a emoção momentânea pra ela se revelar
Aí o poeta olhou de cima a baixo, dum lado pro outro
Viu que não tinha mais ninguém
E começou a rir.
(Porque ela não sabia o que era escrever).
Sabia sim o que era ler, mas não sabia pensar.
Me diga o quanto você é Feliz que eu tento te mostrar o tamanho do meu prazer em colocar as palavras em algum lugar


(Gerlondson Jr.)

Escravos do tempo

O tempo é um senhor
Tal qual um capataz que açoita o escravo
Assim se faz conosco
Somos diariamente chicoteados pelo impiedoso
Que insiste em nos fazer pequenos
Mas nos somos insistentes
Aproveitamos ao máximo as alegrias
Vivemos intensamente a vida
Porque sabemos que um dia
O capataz se torna carrasco
E nos já não mais suportamos
Uns, são acometidos subitamente, sem que tenhamos tempo de nos despedir
Outros são mais resistentes
Mas todos terão o mesmo destino
Quando o tempo nos vence
Quando já não serve a rebeldia
Talvez fiquemos eternizados
Na lembrança dos que fizemos felizes



(Pedro Vítor)
a Rafael Oliveira (in memoriam)

- Sem Título -

Sabe, eu fico pensando que mudaram o sentido de amor e ele está perdendo sua essência pelo contraste de olhar, perceber e fazer.
Amor de Pais
Amor de amigos
Amor entre grupos
Amor de irmão
Amor de namorado
É como se ele tivesse virado mercado, consórcio, onde se paga pra tê-lo, sendo desvalorizado.

(Gerlondson Jr)

Sede como criança

Só o corpo envelhece
A mente não tem idade
Ela muda constantemente
Muitos se dizem “velhos”
Mais são simples como uma criança
Alguns, realmente são, e não sabem o que perdem
A mente muda e o corpo envelhecem
Sede como crianças
Que não se preocupam com o que virá
Mas que vivem intensamente o agora
Sede como crianças
Que sabem distinguir o amargo que faz mal
Do doce que só faz bem
Sede como crianças
Que choram pelo que não conseguem
E sorriem pelo que lhes é dado
Sede como crianças
Porque o corpo envelhece
Mas a mente não tem idade







(Pedor Vítor)